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Rebeldes detém general em forte Coimbra


Coronel João da Silva Barbosa (centro) comandante dos rebeldes de Corumbá


Quando dirigia-se a Corumbá para assumir o comando do Distrito Militar de Mato Grosso, durante o golpe militar dos seguidores do general Antônio Maria Coelho, o general Luiz Henrique de Oliveira Ewbank, recebe do capitão José Maria Ferreira e tenente Teodorico da Cunha Gaíva e mais uma comissão de políticos de Corumbá, em 28 de março de 1892, a seguinte intimação:

O Exército e o povo não querem e não admitem que o general Ewbank e o dr. Murtinho subam o rio além do Forte Coimbra, podendo, no entanto, permanecer nesse ponto até seu regresso para baixo. Corumbá, 21 de março de 1892. Comandante - João da Silva Barbosa. Capitão Brasílico - comandante do 2º Artilharia. Capitão Norberto Ildefonso Muniz - Comandante do 21º. Constantino Preza - Brandão.


Na mesma data, o general Ewbank reagiu ao ultimato, expedindo ordem do dia, protestando contra o ato de insubordinação, anunciando sua retirada para Assunção e ameaçando:


Se nada consegui, a vós cabe a responsabilidade gravíssima de todas as desgraças e dissabores que a este Estado e a nossa classe possam resultar da pungente situação que lhes criastes.
Aos autores do golpe ordena:


Ao sr. coronel João da Silva Barbosa, chefe da tropa revoltada e que tão feia mancha acaba de lançar sobre a farda que devia manter impoluta; a este oficial, principal fator da anarquia e rebeldia desta guarnição, que tão desgraçadamente calcou aos pés os mais sagrados deveres de patriotismo e lealdade para com o marechal vice-presidente da república, e bem assim aos seus dois principais auxiliares capitão José Maria Ferreira e segundo-tenente João Teodorico da Cunha Gaíva, ordeno que impreterivelmente sigam na primeira oportunidade para a capital federal.


FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque, evolução política e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 41.

FOTO: João da Silva Barbosa, já general, durante a Guerra de Canudos, na Bahia.


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