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Mostrando postagens de julho, 2017

Justiça de Corumbá absolve contrabandista acusado de matar vereador

Em episódio marcado pela pressão e ameaças aos jurados, realizou-se em 24 de outubro de 1963 o julgamento do século em Corumbá. O réu foi o inspetor da alfândega da cidade, Carivaldo Sales (foto), indiciado pelo crime  contra o vereador Edu Rocha,  que o acusava de descaminho de automóveis da Bolívia para o Brasil. "O Cruzeiro", revista de maior circulação no país, e que veiculou as denúncias e denunciou o crime, deu cobertura ao evento, com a publicação de ampla reportagem, sob o título JUSTIÇA DE BRAÇOS CURTOS: "Na cruz sobre a sepultura 184 do cemitério de Corumbá, uma placa lembra aos visitantes que ali está enterrado Edu Rocha, vereador  covardemente assassinado pelo contrabandista Carivaldo Salles.  Carivaldo era nada menos que o inspetor da Alfândega, a quem competia reprimir o comércio negro. Acusado por Edu Rocha, através de 'O Cruzeiro', de ser o chefe de uma gang todo-poderosa de contrabando, emboscou-o altas horas da noite e metralhou-o, at

Coluna Prestes ataca no Pantanal da Nhecolândia

A caminho do exílio na Bolívia, grupo da Coluna Prestes, comandado pelo capitão Siqueira Campos ( o segundo à esquerda, sentado) , chega ao Pantanal da Nhecolândia, em dezembro de 1926, conforme sucinto relato de Augusto César Proença: No Pantanal ela provocou medo e pânico. José de Barros registra no seu diário: "Dezembro, 6-1926. Passagem dos revoltosos pela Fazenda Firme, onde destruíram o aparelho de estação telegráfica e saquearam as duas casas de negócio (sic). Grande pânico nas famílias da Nhecolândia por esse fato. (...)". Os ‘revortoso’ chegavam sempre atirando para cima, é verdade, pois não faziam nada a ninguém caso não pisassem nos seus calos, atiravam para intimidar as pessoas das fazendas e conseguir logo o que desejavam. Na fazenda Alegria deu-se um caso curioso: meu avô, homem aperreado das idéias, estava ali pelo pátio, fazendo alguma coisa, quando escutou tiros e viu o bando armado se aproximando. - Sai daí seu Paulino, são os ‘revortos

Homens de Corumbá são deportados para Assunção

Avisados às vésperas de que todos os homens seriam deportados para o Paraguai, o comandante das tropas de ocupação cumpre as ordens superiores em 1° de agosto de 1866. Apenas três imigrantes italianos puderam embarcar com toda a família, entre eles o comerciante Manoel Cavassa, autor do seguinte relato: Chegou finalmente o nefasto 1º de agosto de 1866, indelevelmente gravado na minha memória. Ao meio dia, quando íamos sentarmo-nos para almoçar chegaram à nossa casa, à toda pressa, alguns oficiais, que nos intimaram a ordem de embarcar na chata, que foi levada imediatamente e sem permitir-nos sequer que comêssemos ligeiramente, puseram-nos fora de casa, cujas portas fecharam e fizeram-nos embarcar na chata, que foi levada imediatamente e amarrada ao vapor, depois do que começou o embarque da tropa, que encheu o navio, ficando somente para alojamento dos prisioneiros a câmara na qual como é fácil imaginar, estavam aqueles infelizes estivados como sardinhas, em pé, sem poderem s

Alfândega de Corumbá passa a ser zona franca de importação

Decreto n. 4.388 do governo federal, de 15 de julho de 1869, confere à alfândega de do principal porto de Mato Grosso a privilegiada condição de zona de livre comércio. A medida era extensiva a toda a província: Usando da atribuição conferida pelo artigo 8º da Lei n. 1352, de 19 de setembro de 1866, hei por bem conceder, por espaço de dois anos, completa isenção dos direitos de consumo às mercadorias que forem importadas na província de Mato Grosso e os da importação aos gêneros de produção nacional. Para o historiador, esta "isenção de impostos de importação,com que o Governo Imperial beneficiou a Alfândega local, animou o comércio corumbaense, que renasceu pujante". "Tornou-se o rio Paraguai frequentado por navios  que lhe proporcionavam tecidos, ferragens, sal, outros artigos em troca de couros, solas, carne seca, ipecacuanha, entre os mais valiosos da pauta da exportação. Também conduziam máquinas de maior peso, como a primeira que se dest

Cabo Getúlio Vargas serve em Corumbá

Cabo Getúlio Vargas, integrante do 25 de Porto Alegre Ante a ameaça de invasão da fronteira por forças bolivianas, em 10 de março de 1903, tropas do exército brasileiro chegam a Corumbá, sob o comando do general João Cezar Sampaio. São os batalhões 16, 25 e 29 de Infantaria, de Porto Alegre, que reunidos ao 21 de Infantaria e ao 2º. de artilharia locais, constituem um efetivo de dois mil homens. Integrante do 25 de Porto Alegre, fazia parte das tropas o cabo Getúlio Vargas.¹ A concentração de forças em Corumbá esteve ligada à questão do Acre, permaneceram na cidade até o mês de abril do ano seguinte e enquanto estiveram na cidade exerceram função policial, conforme constata Estêvão de Mendonça: Nos primeiros dias de sua chegada observam que, durante a noite, a cidade era ponteada por sucessivas detonações, cujos projetis passavam por vezes sobre o hotel Internacional, em que se hospedara. Encontrou por esta forma a exposição do aspecto taciturno das ruas à proporção que a

Corumbá é elevada a município e tem novo nome oficializado

Decreto n. 8, de 10 de julho de 1862, do presidente da província de Mato Grosso, Herculano Ferreira Pena, eleva à categoria de município a povoação de Albuquerque, mudando-lhe a denominação para Corumbá oficial e definitivamente, nos seguintes termos: "Art. 1° - Fica elevada à categoria de vila a povoação de Corumbá com a denominação de - Vila de Corumbá - e pertencerá como até aqui à 3a. comarca. Art. 2° - É criada para a mesma vila uma freguesia com a invocação de Santa Cruz, a qual se denominará - Freguesia de Santa Cruz da Vila de Corumbá - com os seus limites, por uma desmembração razoável da freguesia de Albuquerque serão marcados pelo presidente da província. Art. 3° - A nova vila funcionará depois que os seus habitantes derem pronta, à sua custa, a casa para as sessões da Câmara e do juri e o seu município compreenderá a sua mesma freguesia e a de Albuquerque".¹ Há muito tempo a população havia deixado o Albuquerque de lado, mantido apenas formalmente, po

Presidente inaugura ponte sobre o rio Paraguai

Em sua primeira visita ao seu Estado natal, no cargo de presidente da República, o general Eurico Gaspar Dutra (filho de Cuiabá), inaugura em Corumbá, em 20 de setembro de 1947, a ponte ferroviária sobre o rio Paraguai e o alto forno da siderúrgica local. O Jornal (do Rio) acompanhou o presidente em sua viagem ao Sul de Mato Grosso. O ponto alto da agenda presidencial foi a entrega a do que o matutino carioca intitulou de "a maior ponte do continente": O chefe do governo, em ato a que estiveram presentes altas autoridades da República, inaugurou solenemente a ponte internacional "Presidente Eurico Gaspar Dutra", sobre o rio Paraguai. Revestiu-se de brilhantismo e imponência a significativa solenidade inaugural do grande empreendimento, que contou com a presença, além das autoridades, da população local, declarando pouco depois inaugurada a importante obra que deverá deverá desempenhar um grande papel no tráfego internacional do futuro, nesta região, com o

Marechal Deodoro deixa Corumbá para proclamar a República

De volta de Corumbá, onde comandou o distrito militar da província de Mato Grosso, por cerca de 7 meses, entre março e agosto, chega ao Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1889, o marechal Manuel Deodoro da Fonseca. Seu retorno tem discreto registro da imprensa carioca: Do sul, vindo das fronteiras de Mato Grosso, chegou o bravo general Manuel Deodoro da Fonseca, um dos militares mais estimados e prestigiosos do nosso exército e a quem o governo poderá confiar num momento dado às comissões mais arriscadas e penosas. Bravo e patriota, o general Deodoro está sempre na vanguarda dos seus companheiros nas ocasiões difíceis, e seu nome está inscrito junto ao do ilustre visconde de Pelotas, no livro glorioso da abolição dos escravos no Brasil, como um dos seus beneméritos. Os seus amigos e camaradas, em grande número, foram receber o ilustre general, felicitando-o pelo seu regresso à corte. Nós fazemos o mesmo".¹ Sobre sua breve permanência em Corumbá, o jornal Oási

Em vigor o código de posturas de Corumbá

Lei provincial nº 11 do governo de Mato Grosso aprova o Código das Posturas da vila de Santa Cruz de Corumbá, com 60 artigos.¹ Aplicada paulatinamente, somente em 3 de julho de 1885, entram em vigor artigos entre o 30 e o 58, com normas gerais sobre atividades diversas na sede do município: "Art. 30. Aquele que possuir terreno dentro desta vila é obrigado a cercá-lo no prazo de seis meses, que será marcado por edital; e quando o não faça será lançado da propriedade, que devolverá para a câmara guardando as formalidades de direito. Art. 31 Todos os proprietários são obrigados a mandar calçar a frente de seus terrenos na largura de 1,5 metros. A calçada será feita, quando determinada pelo engenheiro ou fiscal, no prazo de 60 dias, sob pena de 20$ rs. de multa. Art. 32. É expressamente proibido lançar-se nas ruas e praças lixos e animais mortos, ou moribundos; bem como fazer estrumeira. Os animais mortos serão enterrados na parte exterior do trincheiramento desta vi